segunda-feira, 10 de maio de 2010
Entre Eles
A expressão serena e rude na face,
havia doçura escondida no canto,
um tanto altivo seus segredos
Eles nunca foram normais...
O branco na hora de partir
o perdão pelo silêncio,
a casa da esquina vazia,
Eles nunca foram normais...
(assim falavam os vizinhos do casal).
Hoje a vizinhança acordou em luto
ninguém espreitando na porta ou janela
não há criança na calçada deles
só se sabe que foram viver outra vida,
e depois daquele dia se foram felizes
ninguém saberia, sabiam que a vida
na vila estava morna, morta,
na porta das casas, luto.
O bolero que acordava a vizinhança
não jaz mais na casa sem número
Sempre soube, eles nunca recebiam
visitas ou postais, sempre soube que,
nós nem eles nunca fomos normais...
(Celso Andrade)
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6 comentários:
Celso, o poema prende, cativa e impõe uma atmosfera pesada. Incrível! Parabéns!
Jefhcardoso
Seu poema me lembrou o filme "Apenas um sonho" e como diz Caetano, de perto...sabe como é!
Retribuindo visita... li sua postagem...
muito bom o poema..
TensOOo...
Parabéns...
Abraços
To seguindOo..=D
Muito legal seu cantinho! :)
Olá Celso,
Vim agradecer tua visita, gostei do teu blogo,
Abraço
José
Celso,
digo-lhe que fui tocada profundamente...já "vivi" este poema...engraçado...cada palavra me tocou mesmo!
"a vida
na vila estava morna, morta,
na porta das casas, luto."
Forte isto...
Gostei demais de teu blog e passo a segui-lo e sinta-se sempre em casa lá no meu "olhar dentro dos olhos"...
beijos em seu coração,
Bia Maia
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