Páginas

segunda-feira, 22 de junho de 2009


- Como anda você aí chapada Diamantina?

- Não sei exatamente dizer, mas, algo faz falta, algo não alguém pare que eu possa compartilhar essa chuva embaixo desses cobertores que também espera por alguém, preciso completar e encher esse vazio que não sei ao certo a profundidade, nem ousaria medir, pois cairia de vez e não conseguiria voltar. Às vezes acho que são as galinhagens, quanto mais mentirosamente nos usamos mais afundamos em algo que seria uma audácia minha dar nome, mas, talvez estejamos presos nessa areia movediça que, quanto mais fujo da minha afetividade e não me permito, mais estou preso e afundo porque algo faz falta, um colo, um abraço, um beijo, e todas essas pieguices de pessoas que se querem e se entregam ao pulsar do coração.

- Bem que eu queria te chamar de meu, mas, nunca ousaria atravessar essa parede que não sei exatamente o que significa, ou já estava entre nós o tempo todo e nem percebíamos, pois separa o meu vazio do seu, e toda vez que paro pra pensar como faz falta a ausência de amor, compartilhado entre duas pessoas que se entregam como as rochas aí da chapada sendo banhadas pelo mar, numa troca que nunca saberia explicar porque algo realmente faz falta.

- Mesmo que a voz da dor grite em silêncio: ainda tenho pequenas-esperanças e isso é a presença do que ainda não existe.

- e porque ainda chora ?

- ( as lágrimas que correm não para acalmar e umidificar o poço deixado pela ausência. ) thau !