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terça-feira, 28 de dezembro de 2010

(Ouço Adriana Calcanhotto e me dá uma saudade irracional de você).

Era desumano mais acordei com uma espécie de amor-morto, é esses que nos assombram nos levam ao passado, é nessas horas que futucamos cantos, vasculhamos fotografias mesmo sem querer só pra espiar, talvez sentir um átimo daquele amor, agora estático na foto já um pouco envelhecida, faz tanto tempo e eu aqui quieto pensamento vagando passeios, idas ao cinema, as mãos dadas, o beijo na escada, o ultimo encontro- aquele que você não foi ou talvez o encontro solitário comigo mesmo daqueles que choram em plena praça da cidade segurando o celular, sem disfarçar aos passantes a dor e o abandono. O dia nessas horas passam lentamente, mais rapidamente esquecemos o morto e só nos resta um amor maduro e sensato.


(Celso Andrade)

sábado, 18 de dezembro de 2010


Escuto ópera sempre que vem a agonia, tenho poucas vontades além de ouvir ópera, gritar é uma delas, talvez cantar alto como se fizesse uma "limpeza por dentro", a pior delas é a falta de palavras, assuntos aos montes esperando alguém para discorrer, mais fujo afim de não aprofundar demais nas dores, dores precisam apenas de cautelas, mexer jamais, parar e observar quando se já é forte.


(Celso Andrade)

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Ah! Se coubesse meu coração em uma caixa de fósforo...


Ah! Se coubesse meu coração em uma caixa de fósforo
E se não sobrasse espaço demais ao amor
Coração dividido entre o sim e o não
Entre o fica ou a fuga sem despedida
Quem deras saber a rua que cruza a luxúria e a loucura
Fugiria sem ser notado.

(Celso Andrade)

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

A - mar


E como numa caminhada fúnebre marchou rumo ao mar, a grande imensidão na sua frente, ajoelhou, falou umas três palavras, depois pôs-se a chorar, lembrou dos que ficariam, dos que sentiriam sua falta, pensou seriamente em todos, e não havia como voltar, era a sua prece altiva demais para ser negada, era a sua imensidão solitária maior que qualquer esperança ou sonho, entoou uns versos quase mudos, agora que se aproximara de Deus, resolveu voltar como quem nunca esteve aqui ou lá de onde veio, seguiu e olhou para trás algumas vezes para não esquecer o caminho.


( Celso Andrade)

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

(D(espe)lho)



.
 .
 .
 .
 .
 Não exiges demais o que não posso
Olhar-me ao espelho é tarefa dura
Saber dos olhos o que neles se passam,
Ah! quem dera saber de mim mesmo.

Não pergunteis às respostas sobre a verdade
Apregoa o que dos meus passos florescer,
pois da boca só silêncio anunciarei
Então abraçai-me quando eu calar;
      
.

(Celso Andrade)

sábado, 13 de novembro de 2010

Para os excessos da convivência

Ah! quem diria, os excessos..
O silêncio na hora errada
ao invés do beijo alegre.

Quem diria amor,
você assassinado pelo ego
ferido por uma chaga antes nunca visto.

Hoje, é a concretização do futuro que não foi,
do que não se sonhou.

Hoje só a fuga,
o retrato não tirado amarelando no canto da alma.
a juras caladas na imensidão do incompreensível.
De tantos anseios amor não mais te recordarei,
mais acordo do sonho,
do irreal das relações que nos solapam até a fome,
à nostalgia em compartilhar o outro lado da cama.

Quem encontramos ao relento dos dias nem reparará
na nossa face o esplendor e a doçura de uma convivência estragada.
Ao que encontrar, pedirei que peça prece num antro religioso.
tomarei o ombro e dele farei aparar o pranto não derramado,
dele farei confessionário, mesmo sabendo da impossibilidade de cura.


(Celso -Eu )

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Era um dia desses qualquer
Eu dentro desse dia qualquer.

Dentro desse dia uma música
Dentre dessa música ninguém.

Esse dia pode ser hoje,
digo que é um dia qualquer
mesmo sendo hoje.

Há uma paisagem nesse dia
Nesse dia não chove
tampouco faz sol
o dia amanhece estático
até eu me movimentar;


(Celso Andrade)

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Não há espaço para ódio nem ressentimento, sofrer é ultrapassado, o que eu quero mesmo não existe, coisa insana mesmo de quem não tem onde depositar sentimento pelo mundo, esse que mesmo não sendo acolhedor contru-o estradas e onde menos esperar lá estarei eu com meu lirismo.


(Celso Andrade)

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Quarta feira -chuvosa

Chove lá fora, uns relâmpagos iluminam a calçada que exala cheiro de terra molhada, barulho de pingueira, trovões misturam-se a um jazz antigo, a tempos não era remetido a um passado aparentemente calmo e distante. A casa vazia, saíram todos, vazio também o meu ser, não saíram, mas esqueceram da minha insanidade amorosa e desumana. Não tem problemas quando a cidade se cala pra ouvir a sinfonia da natureza, e dela me faço expectador assíduo, só não tenho a mesma companhia de outrora, com direito a beijos e afagos...


(Celso Andrade)

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Segunda- Feira modorrenta

Há os que optam pelo silêncio, há quem mesmo em qualquer espécie de desespero não tem opção, a minha opção é o silêncio.
Escuto a sinfonia do mundo, uma desconsertada música soa em nós ao andar pela rua. Nessa caminhada compartilho coisas e afeto. Sair de casa é uma troca mútua com pessoas que você nem conhece mais farão parte de nossas vidas, dos comentários infundados a palpites infrutíferos, dos olhares que nos são arremessados passemos longe, guardemos o bom-dia para nós mesmo, e cumprimos nossa tarefa diária.


(Celso Andrade)

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Temos sempre que esperar, debater o inalcansável, esquecer os desencontros e esperar outra vez, mas ando com uma espécie de fadiga para o amor. Uma espécie de bagunça interna. Vez enquando perco-me em alguma música entre livros acho algum personagem de poucos amigos e nos tornamos cúmplice. Há sempre uma solidão esperando ao acordar, não solidão pela falta de quem compartilhar. Apesar de tudo isso não tenho nenhum problema.
Ando por ai e ninguém sabe que o meu espírito corajoso morreu faz tempo.
Há dias que o cansaço vem nos fazer companhia.


(Celso Andrade)

sábado, 2 de outubro de 2010

Bom senso

O orgulho mata o bom-caráter, o ego leva a mendicância moral, ai dos que optarem por tão austero aspecto, estarão numa gambiarra social infindável.


(Celso Andrade)

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Eu

 

Tenho um sonho
Tenho um amor exilado
Se um dia não for nada disso 
Rico ou pobre, fraco ou forte
 Eu serei só um   
   A catar as rosas do chão. 

        Pedirei sabedoria aos de fino porte.
 A dormida na beira da estrada.
 E assim entre o amor e o livro
Entre o beijo e nada  
Pedirei sossego  
 Quando amor não mais restar
Pedirei água.   

     E se eu descobri que tudo isso é hoje
Reinvento-me sem medo
        Do sonho que mantém presa a minha liberdade.
       
Mais um dia partirei para sentir remorso do mundo
Para ver do chão brotar ouro e saudade.


(Celso Andrade)

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Para os que se encontram e se perdem

Afundo no ombro e roubo o cheiro não habitual,
é outro corpo a roçar a minha pele quente,
é o novo, o estranhamento fazendo-se presente.
Faz-se ríspido a verdade ao coração,
ao corpo que se acha junto a outro corpo
só restará uma lembrança,
de algo vago e intenso.


(Celso Andrade)

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Olho as fotografias de antigamente,
percebo com certo encanto
como aquela felicidade
estampada pelo grande sorriso era a pureza,
não que hoje eu seja impuro,
mais a minha infância tinha um certo sabor
pelo descobrimento
pelas cores
eu era o desenho
era cada nota tocada de cada concerto.
Hoje recompenso a quem achar, quem roubou-me a candura.


(Celso Andrade)

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

O sabor da manhãs


Só agora sinto
Só agora  adentro
e penetro no sim almejado.

O recíproco das confissões lidas
numa epopeia não escrita
o poema escrito no silêncio
para ler em pensamento.

Eis ao lado, agarra o teu
se já não podes,
recorres a um amor inventado.

(Celso Andrade)

quarta-feira, 15 de setembro de 2010


Hoje não sorrio, não exercito boas maneiras, nem tento me socializar. Tento o silêncio, a visão individual do que Lya Luft chama afetividade, continuo gostando de mim e sei que é disso que nasce a vontade, e dessa vontade o impulso da mecanização moral e ética.


(Celso Andrade)

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Pra o que não cabe

Tem sempre uma roda de amigos a ser convidado,
embalo de cadeiras, conversas, altíssimas gargalhadas.

A também alma, e dela digo que desconheço sua profundidade.

Entre idas e vindas ninguém sabe do meu eu-lírico
e que ele anda aos tropeços dias a fora.


(Celso Andrade)

domingo, 12 de setembro de 2010

Não adiantaria a facilidade dos encontros,
a fuga dos dias é assustadora para os que
não encontraram.
Quem se importa, quem o salvaria..
É o vulto da tranquilidade não almejável,
ainda que se faça saudade, ainda que vire dia,
sei que é do fio da lucidez o fantasioso,
mais o real agoniza na alma.


(Celso Andrade)

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Sinto a natureza fortemente furiosa
sinto meus passos marcarem o caminho
sinto o chão.

Eu vejo o trivial fazendo-se grande
eu vejo a fome dos corpos
a sede dos olhares
arremessados contra o que um dia chamei
minha-afetividade.

Mais o mundo é grande e não cabe em uma vida
então explorá-lo é a minha tarefa.

Eu tenho sede
eu tenho o mundo
eu sou o nada
eu sou o que baterá a sua porta
e irá embora antes de saberes de onde venho.

Eu sou a figura cantante na estrada,
Sou o que restara de um amor selvagem.


(Celso Andrade)

terça-feira, 31 de agosto de 2010

O belo e o podre, quem nasceu primeiro?

; é segredo enquanto se acredita,
mais depois que você descobre o fundo,
acredite meu amigo..

O escondido atrás de cada rosto
O impronunciável dentro cada olhar
O pegar nas mãos é apenas simbolismo

Porque um dia vocês brigarão e tudo será posto cru na mesa,
e nunca se sabe quem estará preparado para servir-se.

Perderá tempo chorando
depois que a outra parte desviar o caminho para não topar contigo na rua.

Tentarás suicídio após desconfiar que
o beijo era só para abrandar a euforia dos corpos

São as pessoas, dirão se souberem que
o empirismo e a minha intuição não andaram juntos

É o mundo dos outros confrontando como seu
O meu? ninguém o sabe, nem eu o sei,
mas ando desconfiado da sua magnitude.
Porque,
Terás muita raiva quando souber que...


(Celso Andrade)

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

O seco,
é a falta,
do que falar.
É o amor surdo.
É o sonho atrasado.
O seco iluminando
manhãs e as tardes
das gente.

E o ríspido fazendo-se família
porque o seco vem dos indivíduos.

Na minha casa,
na minha rua
já nasceram na falta.
Nasceram num silêncio feroz.
Quem nasce nesse tempo não tem escolha,
é tudo figurativo.

A escola é o nada
O boteco é a igreja
Deus é a aparência
O amor é a alma vendida.

Mais ainda me recuso a ser seco, mesmo sendo o nada.


(Celso Andrade)

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

É incrivelmente limitado o sossego a calmaria sentimental, se todos fossem felizes poetas não venderiam seus livros, e numa forma de não errar ao adentrar no "outro", faz-se cobaia dos sentimentos.


(Celso Andrade)

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Acho que por seleção natural da sobreviência, tenho me importado menos com tudo, principalmente com sentimentos que nos fazem "Menos", estar cego para os anseios que nos querem devorar, está sendo minha auto-defesa esses dias, dias em que esqueci que o telefone existe, e não ouso olhar para ver se alguém ligou ou mandou mensagem, seria demasiado torturante voltar ao labirinto o qual vejo uma luz e por ela tenho seguido, com ela caminho dias e dias por entre muros e cada vez que ela fica mais fraca eu sei que está perto da saída, não retornaria jamais ao que se foi um dia, uma força me impede de olhar com piedade todos que ofereci o que possuía de mais nobre, de mais verdadeiro.  
 Se os verem pelo caminho, digam que já não posso.


(Celso Andrade)

sábado, 7 de agosto de 2010

O mundo faz de de você cigarro, te convida pra a ciranda dele, mas você só precisa ter algum atrativo, se não fica de fora, até que você inocentemente mostre os seus sentimentos(que é a essência), depois faz você mostrar sua capa(que é a sinceridade) ai te consome até não mais poder, te bate no cinzeiro, pisa e joga fora, mais até que você descubra o jeito, a senha, a podridão por trás de tudo isso, já te lavraram a cara.

a minha querida Jaqui do sul.

 (Celso Andrade)

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Até que ponto o dilaceramento era importante para nos sentirmos fortes, vivos e capazes das mais fatídicas dores do amadurecimento de nós mesmo. Era preferível a fuga, claro, quem se imaginaria dentro dos dias longe do chão, fora de si, dentro do "Outro", dentro do que não definia. cabeça girando, pernas inseguras, coração dormente, capaz de chorar ou dançar na primeira batida que remetesse ao "Outro", ou as dores de si mesmo. Era preferível o meio termo (a seguraça dos que não vão a lugar algum).


(Celso Andrade)

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Partir(se)

Sim, perguntaram se era a saudade, respondi que era o desencontro habitual dos que se querem bem, e são obrigados a serem guiados pelo tempo, retruquei com lágrimas, não forcei a barra, andei pelo fio do desespero, vaguei lentamente pelas ruas da solidão, mais a distância ira sempre sê-la, o meu amor foi obrigado a paralisar, diminuir é impossível, fingir só aumenta a dor. Te esperarei numa esquina que ainda desconheço e estaremos "abertos", disponíveis para intensidade que nos aguarda.


(Celso Andrade)

sábado, 31 de julho de 2010

Urbanidade

Ando sempre com pressa, não paro para olhar a face suada das pessoas que passam por mim na rua, vez ou outra me esbarro em algum objeto, mais não perco o ritmo, ando como se não existisse ninguém por perto, ando e ninguém sabe que um dia a felicidade entrou a minha porta, mais ninguém percebe meus contornos cinzas e empuerados, talvez dessa caminhada que dou todos os dias. Por vezes solto um oi a alguém que já não faço questão de saber quem é, mais não paro, seria audácia demais falar de mim, o que faço, se estou ou não trabalhando, me fazer em pedaços e depois explicar parte por parte de mim, ia demorar. Preciso me apressar se não o banco fechará, e depois chegar com aquela cara de por-favor-não-puxe-assunto-comigo-nem-olhe-a-minha-roupa, porque ainda preciso de energia para enfrentar o resto do dia e não-sei-se-sobrevivo-mais-essa-noite.


(Celso Andrade)
Sempre me perguntei o que acontece depois do choro, dos desencontros, dos tapas que a vida nos dá. O silêncio sempre como resposta e uma única certeza: O homem sempre me assustará.


(Celso Andrade)

quinta-feira, 29 de julho de 2010

Borboletas no estômago

Todos os caminhos me levam ao amor, mais é preciso aquela corriqueira briga com o meu ser exterior. Um susto, um empurrão talvez, alguma forma de me sentir completo e ao mesmo tempo em liberdade. Há espaço, tempo se precisar, há também uma porção de pudor que carrego, e nada mais que uma invisível nostalgia, (invisível porque ninguém sabe), nem imagina que faço dela uma ponte para o presságio. 

Tudo
Isso
me
faz
Vivo
Outra vez.


(Celso Andrade)

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Aos meus olhos só restam vultos
Da morena que assalta freneticamente todos os olhares
Da fina cintura as pernas volumosas
Batuco um samba na mesa
Mas ela não olha
Há tantas morenas
Há também muitos sambas
Quanto mais morenas assim menos amor no mundo.


(Celso Andrade)

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Para os sabores da vivência

Sempre há um re-início, mesmo que não se queira prosseguir, a vida segue em frente. Quão é vão rejeitar o passado, quão é vão destruir o que foi belo e bom, porque se esconder onde já não se pode viver se um dia nos mostramos inteiros, se um dia demos tudo que pudemos mesmo que fantasiosamente éramos nós esse mesmo que pode ou não mudar. Como é tola a ideia do fingimento, de tentar esquecer para então reunir forças para se viver melhor num futuro incerto -quem sabe pior que o passado rejeitado, pensamentos inúteis que ainda assim cultivamos, pela doce fantasia dos filmes, pelo amanhã inesperado, talvez doce, entretanto, sempre incerto. Desfrutarei de tudo que já vivi, se puder repetirei com mais intensidade, darei a mais alta risada, beijarei com menos pudor, olharei sem receito os que encontrar pelo caminho, porque ter medo é como andar por uma linha invisível.


(Celso Andrade)

sábado, 24 de julho de 2010

Oculta oração

Que meus amigos entendam quando não posso estar ao lado, e precisar sempre ser eu, mesmo que não queira sendo alegre quando estiver bem e angustiado quando o luto for necessário.
Que o meu silêncio transpasse a barreira dentro de casa e todos possam compreender que preciso mesmo que frequentemente ou remotas vezes do meu canto.
Que o meu amor entenda que as partidas não são para sempre e que se pode viver mesmo estando só.
Não que eu seja um tipo egoísta demais, é que tenho sempre a impressão de não ser eu quando preciso, de não estar cumprindo o meu papel com a minha afetividade.
Que a minha família não seja demasiada tola se aos quarenta eu ainda não tiver filhos, nem uma pessoa ao meu lado, e nem pergunte sobre minha sexualidade, porque o nunca fiz com outrem.
Que não fiquem alegres por estar em uma profissão promissora, e ocultamente infeliz.
Que não riem de mim por cantar pela janela aos domingos imitando os pássaros, nem me chamem de louco quando madrugar escrevendo um conto que precisa ser finalizado.
E mesmo que nada disso acontecer ou algumas delas derem certo, faz-me louco perante os que se julgam sábios para só então entender seus devaneios.


(Celso Andrade)

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Dizer que se morresse hoje e não se arrepende de nada do que fez em vida é mentir para si mesmo. Algumas escolhas, erros e acertos numa escala desmedida, não temos culpa, só tínhamos alguns avisos, alguma chama acesa nos chamando, quem sabe alguma experiência alheia errante ou nada disso. Tudo isso gerou o que sou hoje, assim tão esperançoso, ou talvez desiludido.Tempo é uma carga pesada se nos firmamos em decisões tomada no passado, o que podíamos ter feito fizemos, talvez a escolha que achávamos que seria a correta, pudesse ter nos levado a um poço imensurável profundo.

(Celso Andrade)

terça-feira, 20 de julho de 2010


Hoje o meu coração permanece em dobras
Não se ter mais a melodia que dentro se toca
Quem imaginou-me assim
Sempre a perambular pelos quartos e portas de mim
Não paro em terra alguma
Nem descanso mais em muros pelas ruas que já não posso.
Um dia eras só entrega, hoje só partida
É tu coração que sempre varres os quartos que não usa.

(Celso Andrade)

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Sobre emergir

Eu não tinha nada mais resolvi dar o salto antes que perdesse completamente os movimentos, antes que você pudesse partir -porque eu já conhecia essa mesma situação e não queria repetir a falha, então arrisquei a mim mesmo, eu só tinha um fio de esperança e é sobre ela que me mantenho vivo, é com ela que te descrevia nos meus versos, mais você não penetrou no mais fundo, você viveu a superfície e me jogou no esgoto do meu passado, a sorte é que já conheço o caminho de outrora e volto mais limpo do que posso.


(Celso Andrade)

terça-feira, 13 de julho de 2010

Abraça Tua Loucura  Antes Que Seja Tarde Demais. ( Caio F. )
 

E numa euforia desmedida pediu socorro para os quatros cantos, ninguém ousara ouvir o que tinha guardado em segredo para si mesmo, nem todos entenderiam tamanha felicidade.


(Celso Andrade)

segunda-feira, 12 de julho de 2010

O dia hoje pareceu sorrir pra mim. Não que as coisas pareçam fáceis e a vida seja boa comigo. Ao contrário do que possa parecer os dias precisam ser regrados de bom-humor. É preciso uma dose esperança em meio a tudo de ruim que nos é mostrado, contado e vivenciado no cotidiano. Não se auto-mutilar ao passado doloroso, nem se render a fantástica maquina humana chamada : Mente.


(Celso Andrade)

sábado, 10 de julho de 2010


Há um espaço no coração
o qual não sei o tamanho
entre o amor e o desamor
sobra apenas uma fresta

um ligar e desligar
onde cabe tudo...
inicio, meio e fim que
um relacionamento
pode oferecer.

Vivo nesse meio termo
onde restou-me a ausência
e o silêncio abrasador

Beiro o absurdo do convívio
entre a lembrança
e o vazio no coração
soprando-lhe pó de esperança.


Celso Andrade

sexta-feira, 9 de julho de 2010


Não era de plástico seu ser, mais já não se importava tanto assim com a "Falta" que um dia lhe bateria a porta e pediria para entrar fantasiada de meiguices, sentimentalismo mesmo. Nem as partidas eram tão duras assim, para quem sobreviveu dezenas de namoros fracassados, noivados esquecidos e casamentos adiados. Era uma moça forte diziam, mais ainda assim é pouco o que ainda lhe resta nessa vida, mais não desiste nunca, só carrega o peso de quem tem esperança. E isso dói, porque esperança é que nem mendigo -cada dia uma vida diferente, uma nova estória. Diferente do que pensavam, acordava "outra" todos os dias, era a noite a morte do que não podia mais carregar.


(Celso Andrade)

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Relacionamentos são como dias chuvosos, e não há nenhum lugar onde possamos nos abrigar por muito tempo. Porque se já amamos uma vez, onde formos terão poças e pingueiras.


(Celso Andrade)

terça-feira, 6 de julho de 2010

Sobre aviso


Venha sem medo
Me cheire, me beije
Me ame enquanto pareço louco
Só não me leve de mim
Porque meu amor esta morto faz tempo.


(Celso Andrade)

segunda-feira, 5 de julho de 2010

O amor é desumano, quem o inventou nos deu como praga, dele desfrutaremos, dele paderecemos toda e qualquer tipo de desgraça. Porque amor é droga sem limite de consumo. Quanto mais usarmos, mais teremos efeitos colaterais.


(Celso Andrade)

domingo, 4 de julho de 2010

Para a passagem de.


Hoje durmo com a minha dor, Apesar das dores serem sempre ocasionadas por alguém, ninguém sabe dela porque é só minha. Também não é diferente das outras é só mais uma que me abraçará ao deitar. Mas luto para esquecer o cheiro do outro, o beijo do outro. E espero cada dia me desfazer desses-pequenos-cadáveres, que ou assumimos o luto porque ele existe e aprendemos a ultrapassar barreiras, ou deixamos ser assombrados pelos cadáveres que não tem hora, nem tempo de partir. Mas não deixemos que se vá com o nosso sonho e que na maturidade possamos ver tudo com bom-humor, e rir com mais lucidez.


(Celso Andrade)

sexta-feira, 2 de julho de 2010


A beleza escondida debaixo de cada abraço, já não tem mais importância sobre a mente apaixonada, sobre o coração que pede sossego só lhe resta o tempo, nessas horas o ego é aliado contra qualquer loucura amorosa sem ênfase.


(Celso Andrade)

Se a esperança não ocupasse espaço demais nas relações, teríamos mais controle de tudo, até do inevitável: sofrimento.


(Celso Andrade)

quinta-feira, 1 de julho de 2010


Desconheço o amor que chega atrasado, a frieza é mais visível que o coração, é um amor que não precisa ser mostrado nem sentido, é como alguém que tem morte cerebral, os órgãos funcionam, mas não tem mais sentido viver.


(Celso Andrade)

quarta-feira, 30 de junho de 2010


Pensei ter a maior sorte do mundo, só em olhar pra teus lábios, pensei ter beijado todas as bocas do mundo. Você era só um brinquedo no qual me deixei levar. E eu? Pensei ter agora a minha chance de estar feliz amor, mais o que você fez? O que você carrega no peito?


(Celso Andrade)

terça-feira, 29 de junho de 2010


Não temos culpa, só uma pergunta cuja resposta não precisa ser dada por mim definiria nossa vida, mais você é sempre fuga, é sempre a pergunta e a resposta que nunca serão feitas, juntos ou separados é sempre você. Mais cuidado, tenho um amor preguiçoso e indomável, quando ele cansar não terá volta, é sempre ele e você, nunca eu.


(Celso Andrade)

Não, a minha literatura não é de amor
mas perdura desde a saudade de outrora.

Os meus versos são a face da feiura
são só sonhos contados na aurora.


(Celso Andrade)

sábado, 26 de junho de 2010


Não são para os fracos ou forte o amor, mas para aqueles que mesmo abraçado a loucura permaneceram sãos e não pestanejaram ante a carência e o medo da solidão.


(Celso Andrade)

Evito expectativas, fé, qualquer coisa que me mostre inteiro por dentro, recuo como quem anda, gosto como quem não quer nada além do estar junto.


(Celso Andrade)

sexta-feira, 25 de junho de 2010

Pressagiado



Muitas coisas não são ditas, mais nos compreendemos mesmo assim. Não é nada grave, é que ando numa inconstância violenta entre o amar e esquecer, e tenho medo que a indiferença me barre pelo caminho.


(Celso Andrade)

segunda-feira, 21 de junho de 2010

I ensaio sobre: Limites

Depois de corriqueiros acontecimentos e situações que vivi e presenciei, acabei sentindo falta de algo que se fala muito mais pratica-se pouco:  Limites, seja em que ramo for, estamos cada vez mais extinguindo algo que sempre fez falta as pessoas.
O Limite requer Respeito, Reconhecimento, Liberdade, e isso não é ensinado na escola ou em casa é parar pra perceber o quanto amigos, familiares, o parceiro(a)amoroso, precisam do nosso limite, do respeito aos seus limites, por mais íntimos que sejamos de qualquer pessoa.
Sofreremos com a falta de liberdade dada as pessoas por acharmos que somos "donos", e por não oferecer-lhe o devido espaço que as merecem.
Não sei se por escolha ou fatalidade aprendi, mesmo que o luto seja demorado ou demasiado rápido para alguns a vida não pára pra sentirmos remorso do que não fomos ou pensávamos estar seguindo a trilha ao sucesso.
Algo em mim soa mais forte, o ritmo já não é descontrolado, ter consciência da situação ajuda bastante, tentar o controle sempre, mesmo que em momentos desesperadores busquemos a estabilidade, seja lá pra que for será a nossa melhor ajuda a melhor armar que possuiremos.
Mesmo que ninguém soubesse da minha dor ou não estiveram interessados, ela era minha e sendo assim merecia atenção, merecia um fim, não se pode prolongar mais situações findas ou coisas fracassadas, tentando a reciclagem, respeitemos mais que arduamente o espaço do outro, a vida do outro, e primeiro a minha, a única vida que teremos até o fim.


(Celso Andrade)

Reencontro
















Os lábios roçam como sedas roçam o corpo

A saudade nunca deixará de sê-la
Pois o tempo estará sempre atrasado.

Que importa amor, apagar-se o sol que alumia
Se os corpos juntos já se fortificam de prazer

Ou quem dirá silêncio se a nossa canção soa
pela vida em poesia.

Versos rodopiam numa dança envolvente
Como ondas que se quebram
E vidas que se cruzam ternamente.


(Celso Andrade)

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Sobre mim

 
Não queiras saber quem sou
Sei que vivo o instante
Como o amor que esvai
do coração de um amante.

Não me perguntes aonde vou
Pois sou a triste vaidade cantante,
Repudiada por Deus
E pelo pavor de quem me gerou.

É sempre a mesma agonia correndo pelos
espaços em branco do que fui um dia
servindo ao pecado mundano
Sobrou-me o nada do amor que me servia
Em farelo e migalhas dado aos pobres
Fazendo-me nobre.

Paixão para que?
Se um dia ela entrou, gritou e implorou.
cedi a única coisa que me restara,
devastou-me em versos tristes
em nada pela madrugada fria.

Como posso reagir se não sei quem sou
Tenho o passado confrontando-se com o esplendor
dos sonhos,
E amo só o que cativo, pelo grito dou.


(Celso Andrade)

terça-feira, 15 de junho de 2010

Para o deslumbramento
















A minha alegria é furtiva como a de uma criança
que após o brinquedo acaba-se o festejo
Mais nela também cabe o sol
que amanhece em susto com medo.

A minha alegria não depende de ninguém
É balsamo cantante na alvorada
É lírio lapidado entre gotas de orvalho,
da recém manhã chegada.

A minha alegria ri com os lábios da insanidade
É festiva como poemas nascido em versos prontos
nos dedos da simplicidade.

É de estima para o mundo se a minha alegria é orgulhosa
Écomo ter o grito contido em meio a agonia,
e estar entre os homens que a nomeia fantasiosa.

Levanta-se em guerra e gritos de fome
Ó alma minha que padece em sentir alegria,
em reflexo do mundo que nos consome.



(Celso Andrade)


segunda-feira, 14 de junho de 2010

Para o arrebatamento

Ah! você não me passava de um cigarro
o qual depois de queimado
atiraria o resto ao vento

Tudo não passava
de uma vertigem mal resolvida

Mas... você veio diferente
me olhando amanhecer
Em seu primeiro sorriso
me dado sem nem me conhecer

E quem disser que meus versos são farça
peça-lhe que poesia nos faça.


(Celso Andrade )