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segunda-feira, 20 de abril de 2015

Já não há anseios tão devassadores.
Nem gulas frenéticas ou noites insones.

As noites tem sido mansas pois chuvosas.

Embora os pensamentos estivessem em
outras camas ou outros restaurantes,
jantando, na esperança de parar em
outros bairros, comendo em outros pratos.

Eu já deixo de existir, quando deixo que as lembranças
gritem pelo corredor, que o teu sorriso
morda a maçaneta da porta, e os sonhos atravesses
minhas duras e cinzentas paredes.

Que as tuas canções favoritas soem como mantra
no som do vizinho que não dorme.

Pois hoje posso afirmar que os meus domingos são azuis.
Não há muita coisa além de sono, a música do vizinho
e algumas idas a cozinha.


Celso Andrade

quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

E a gente se encontra na mais suave das noites, escuro e a casa já transbordava de gente de todas as partes da cidade, era bem tarde quando seu olhar fixo e as nossas mãos se tocaram, mas era só um tombo proposital de quem chega com sede de afagos e fugas da realidade.

Meu amado putinho, naquela noite tive o brutal e perverso prazer de te foder docemente e te sentir cada parte do teu corpo, roçar cada pelo meu no teu suor de moço com olhar doce e convidativo. Deitado sobre as minhas pernas, o seu olhar fixo e irresistível me dizia o que não ouso repetir.

Era certo que depois de algumas horas você partiria para muito distante e eu ficaria parado naquela posição deitado com o teu cheiro pelos lençois e travesseiros, esperando que você volte e deposite o teu corpo contra o meu como numa fusão de sentidos, para que então eu possa sentir novamente os seus pelos quentes e úmidos depositar o odor das tuas partes nas fissuras da minha boca, cada barulho da tua respiração no meu ouvido, os movimento da tua bunda branca e cada beijo nas tuas cicatrizes.

E eu te deixo partir, porque enxergo nos teus olhos espelhados, a volta, e então para sempre será o meu amorzinho querido, meu eterno putinho.