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quarta-feira, 30 de junho de 2010


Pensei ter a maior sorte do mundo, só em olhar pra teus lábios, pensei ter beijado todas as bocas do mundo. Você era só um brinquedo no qual me deixei levar. E eu? Pensei ter agora a minha chance de estar feliz amor, mais o que você fez? O que você carrega no peito?


(Celso Andrade)

terça-feira, 29 de junho de 2010


Não temos culpa, só uma pergunta cuja resposta não precisa ser dada por mim definiria nossa vida, mais você é sempre fuga, é sempre a pergunta e a resposta que nunca serão feitas, juntos ou separados é sempre você. Mais cuidado, tenho um amor preguiçoso e indomável, quando ele cansar não terá volta, é sempre ele e você, nunca eu.


(Celso Andrade)

Não, a minha literatura não é de amor
mas perdura desde a saudade de outrora.

Os meus versos são a face da feiura
são só sonhos contados na aurora.


(Celso Andrade)

sábado, 26 de junho de 2010


Não são para os fracos ou forte o amor, mas para aqueles que mesmo abraçado a loucura permaneceram sãos e não pestanejaram ante a carência e o medo da solidão.


(Celso Andrade)

Evito expectativas, fé, qualquer coisa que me mostre inteiro por dentro, recuo como quem anda, gosto como quem não quer nada além do estar junto.


(Celso Andrade)

sexta-feira, 25 de junho de 2010

Pressagiado



Muitas coisas não são ditas, mais nos compreendemos mesmo assim. Não é nada grave, é que ando numa inconstância violenta entre o amar e esquecer, e tenho medo que a indiferença me barre pelo caminho.


(Celso Andrade)

segunda-feira, 21 de junho de 2010

I ensaio sobre: Limites

Depois de corriqueiros acontecimentos e situações que vivi e presenciei, acabei sentindo falta de algo que se fala muito mais pratica-se pouco:  Limites, seja em que ramo for, estamos cada vez mais extinguindo algo que sempre fez falta as pessoas.
O Limite requer Respeito, Reconhecimento, Liberdade, e isso não é ensinado na escola ou em casa é parar pra perceber o quanto amigos, familiares, o parceiro(a)amoroso, precisam do nosso limite, do respeito aos seus limites, por mais íntimos que sejamos de qualquer pessoa.
Sofreremos com a falta de liberdade dada as pessoas por acharmos que somos "donos", e por não oferecer-lhe o devido espaço que as merecem.
Não sei se por escolha ou fatalidade aprendi, mesmo que o luto seja demorado ou demasiado rápido para alguns a vida não pára pra sentirmos remorso do que não fomos ou pensávamos estar seguindo a trilha ao sucesso.
Algo em mim soa mais forte, o ritmo já não é descontrolado, ter consciência da situação ajuda bastante, tentar o controle sempre, mesmo que em momentos desesperadores busquemos a estabilidade, seja lá pra que for será a nossa melhor ajuda a melhor armar que possuiremos.
Mesmo que ninguém soubesse da minha dor ou não estiveram interessados, ela era minha e sendo assim merecia atenção, merecia um fim, não se pode prolongar mais situações findas ou coisas fracassadas, tentando a reciclagem, respeitemos mais que arduamente o espaço do outro, a vida do outro, e primeiro a minha, a única vida que teremos até o fim.


(Celso Andrade)

Reencontro
















Os lábios roçam como sedas roçam o corpo

A saudade nunca deixará de sê-la
Pois o tempo estará sempre atrasado.

Que importa amor, apagar-se o sol que alumia
Se os corpos juntos já se fortificam de prazer

Ou quem dirá silêncio se a nossa canção soa
pela vida em poesia.

Versos rodopiam numa dança envolvente
Como ondas que se quebram
E vidas que se cruzam ternamente.


(Celso Andrade)

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Sobre mim

 
Não queiras saber quem sou
Sei que vivo o instante
Como o amor que esvai
do coração de um amante.

Não me perguntes aonde vou
Pois sou a triste vaidade cantante,
Repudiada por Deus
E pelo pavor de quem me gerou.

É sempre a mesma agonia correndo pelos
espaços em branco do que fui um dia
servindo ao pecado mundano
Sobrou-me o nada do amor que me servia
Em farelo e migalhas dado aos pobres
Fazendo-me nobre.

Paixão para que?
Se um dia ela entrou, gritou e implorou.
cedi a única coisa que me restara,
devastou-me em versos tristes
em nada pela madrugada fria.

Como posso reagir se não sei quem sou
Tenho o passado confrontando-se com o esplendor
dos sonhos,
E amo só o que cativo, pelo grito dou.


(Celso Andrade)

terça-feira, 15 de junho de 2010

Para o deslumbramento
















A minha alegria é furtiva como a de uma criança
que após o brinquedo acaba-se o festejo
Mais nela também cabe o sol
que amanhece em susto com medo.

A minha alegria não depende de ninguém
É balsamo cantante na alvorada
É lírio lapidado entre gotas de orvalho,
da recém manhã chegada.

A minha alegria ri com os lábios da insanidade
É festiva como poemas nascido em versos prontos
nos dedos da simplicidade.

É de estima para o mundo se a minha alegria é orgulhosa
Écomo ter o grito contido em meio a agonia,
e estar entre os homens que a nomeia fantasiosa.

Levanta-se em guerra e gritos de fome
Ó alma minha que padece em sentir alegria,
em reflexo do mundo que nos consome.



(Celso Andrade)


segunda-feira, 14 de junho de 2010

Para o arrebatamento

Ah! você não me passava de um cigarro
o qual depois de queimado
atiraria o resto ao vento

Tudo não passava
de uma vertigem mal resolvida

Mas... você veio diferente
me olhando amanhecer
Em seu primeiro sorriso
me dado sem nem me conhecer

E quem disser que meus versos são farça
peça-lhe que poesia nos faça.


(Celso Andrade )

sábado, 12 de junho de 2010



















Partirei,
Não sei quando.
Só sei que vou.
Carregarei apenas um guarda chuva,
E um caderno em branco.

Terei o olhar de quem nunca esteve aqui,
Terei a alma de um dia que foi somente minha.
Partirei sem saudades...

Colocarei na mala amor, paixão, tristeza e solidão,
E a despacharei no rio mais fundo de mim,
Fui forte, e não pestanejei perante o medo.

Dobro como roupa as canções que você fez para mim
No mais silencioso espaço da mala...
Atiro-a para longe,
E assim...
Parto.


(Celso Andrade e Jenifer Carmo)

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Versos sentidos














Menina sem jeito do pleito da avareza
apaixona-se pela beleza da roseira que lhe rouba a tristeza
É sempre a mesma feiúra que lhe rouba a razão
do menino a balançar-lhe o corpo que não passa de ilusão
mas o teu orgulho mata, ata e ataca de esplendor,
assassina o menino que acolhe teu corpo sem dor
É impronunciável o ato afoito do coito no mato
dei-me a chorar pela fúria do prazer do sol que me queimava
esquecera de me aquecer em vez de partir me adentrava
E quem dera que sempre se entregasse em beijos
 no pleito de solidão, como seda em versos calados
dos mesmo lábios que concede ao menino da roseira
que matas no mato em frente a mim,
dizeis aos que te amarem no pleito da feiúra
a deslumbrar-se em pequenas bravuras.


(Celso Andrade)

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Meu disperso monólogo em um diálogo



- Você não quis, você não se permitiu, deixou que o medo falasse pela sua própria consciência.

- Não mais podemos, a vida não é um conto que se pode mudar o trajeto final.

- Avida é aqui e agora, é o seco e rude confrontando-se com o belo.

- Respeito o mistério dos seu sentimentos, mas tenho em jogo não só sentimentos mais minha vida doada.

- Eu sabia que era real, só não sabia a profundidade de tudo isso, você confundiu meu silêncio com ausência.

- E se não tivéssemos um ao outro, como seria? porque agora esse estranhamento?

- Você desconhece o espaço que ocupa entre o afeto que nos envolve, desconhece o que é real e afetivo.

- Tenho um amor exilado numa vagabunda literatura sem lirismo, mais um trivial ato de coragem pode salvar-me.

- Levamos tanto tempo para nos compreender, algo em mim e em ti não desistiu , pelo contrário: Foi forte, onde andamos carregamos o peso do gostar sem esperar retorno, sem cobrar mais do que podemos oferecer um ao outro.


(Celso Andrade)

quarta-feira, 9 de junho de 2010



Sábado é um dia dia florido para muitos,
mais hoje preciso do canto,
do meu aconchegante lugar de reflexão,
o telefone não para de tocar
e então cedo às vozes alegres e festivas
chamando-me para mais um dia inventado
eu sei que todo mundo diz que preciso ter uma vida social,
que não posso me afastar das pessoas,
não é nada disso que estou querendo,
a pouco tempo da janela de casa
vejo a rua ser tomada por gentes de todos os cantos
vejo o quanto é sofrido não estar mentalmente preparado
para a verdade-fútil-de-certas-festas-sem-noção.
Preparo-me a rigor e antes de trancar a porta
coloco no bolso caras e bocas, frasezinhas ensaiadas
nãosoucalado, estoumedivertindotanto, comoémesmoseunome?

Desço o elevador treinando simpatia e recepção.

(Celso Andrade)

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Oportunidades. Cuidado a quem oferece-as.



Chegou bem de mansinho, sentou ao me lado disse meia dúzia de palavras depois calou-se, sorri de canto -como quem não quer espantar um passarinho, pensei nas oportunidades oferecidas nos caminhos propostos mas nenhum deles foram realizados, pelo contrário enroscaram-se na sua própria gambiarra, deixei que o silêncio resolvesse aquele-mudo-encontro no qual sempre estivemos preso, aquela meia dúzia de palavras trocadas aquele copo de cerveja quente ao lado, carregava um olhar de quem não tem mais o que perder tinha a expressão de alguém que não espera nenhuma saída entre caminhos esgotados, num movimento brusco de quem parte e não olha para trás, dei adeus dentro de mim, parti na mesma jornada que sempre estive sozinho.


(Celso Andrade)

Para a desordem de uma mente apaixonada


O corpo e o sorriso violentamente numa melodia incessante sem perder a loucura, manteve lentamente devaneios pelas ruas sem nenhuma esperança, numa escalada ao sucesso entre mãos que arrebentam, pelos pés que andam sobre a sanidade do atroz desejo de compartilhamento, onde esperava-se sossego houve guerra houve perturbações e insônia numa cadência de desbravamentos e ardores pelo mundo decadente sem compaixão e falta de solidariedade que é a paixão, sentindo bruscamente cada movimento tornar-se contra seu mundo, cada palavra cuspida na face como murros na alma, cada porta fechada entre corredores escuros dado a mão a lucidez do breu que tornava-se a vida de um homem meramente apaixonado, pela doçura do sentir do servir a desordem da honra ao desmoralismo afetivo.

Aos que tentaram, mais passarão o dia 12 ouvindo alguma música consoladora...


(Celso Andrade)

domingo, 6 de junho de 2010

Para alguém além de mim



E então economizo gestos bruscos que possa o afastar, mas não escondo-me, nem uso maquiagem nos sentimentos aflorado, tenho cuidado ao pensar em você, tenho cuidado ao olhar sua fotografia, perco a naturalidade ouvindo sua voz dizer que o tédio e as horas demoram a passar, emudeço ente qualquer pensamento, imagino sua mão segurando o telefone como vidro-fino-para-não-quebrar-aquele-momento,
seguro de cá também um livro que fala sobre o desejo atrás de toda uma vida formada de pensamentos e imaginações que nunca aconteceram senão na mente do personagem, mesclado pela voz de Nana Caymmi ao fundo que dizia: Onde você estiver, não se esqueça de mim.
- Não, nunca... ( sua voz pesada de trovão recém acordado pronunciara)
- Perguntei: Não o que?
E a voz que me embalava do outro lado da linha misturava-se as vozes de Gal e Caetano no rádio, dizendo que sua Estupidez não lhe deixa ver, que eu te amo.
Num movimento brusco que é a palavra thau, nos despedimos oferecendo beijo.


(Celso Andrade)

sábado, 5 de junho de 2010

Desatino matinal



Toda manhã desperto outro "eu"
outro "pessoa" entra em cena sempre que acordo
viro um estranho nas primeiras horas do dia
não sei se tenho mulher, filhos, mãe ou amigos
reestabeleço meus laços, gostos e preferência
Sonhar consome bastante minha dose baixa de humanidade
a ponto de perder o equilíbrio afetivo.


(Celso Andrade)

sexta-feira, 4 de junho de 2010

Onde se vai com tanta pressa?


Por vezes estaremos sendo atropelados pelo tempo
dias passam sobre nós numa velocidade esmagadora
e estaremos sempre afoitos ante a calmaria e mornidão do cotidiano.

Na maturidade que consegui eu consiga reunir
grandes amores, amigos e pessoas que de certa maneira
me transmitiram adrenalina para viver mais e melhor cada hora.


(Celso Andrade)

quinta-feira, 3 de junho de 2010

Sobre laços

Saiba que amizades deixadas para trás,
não se pode voltar com o fulgor de antigamente

Desapareceram junto ao tempo que se foi

Entenda que
determinadas  Saudades não precisam ser sentida

Alguns amigos são alegres e vorazes
outros tristes e intrigantes

Somem num cortejo dilacerado
pela memória que as deletaram
por mera sobrevivência.

Tenho o lado da alma voltada para amizades
apedrejado pelo egocentrismo.

Possuo uma parte da alma esquartejada
por desentendimentos e incomunicabilidade.

Toda via saiba que os dias que virão
você conhecerá pessoas melhores e piores
do que as que se foram .


(Celso Andrade)

quarta-feira, 2 de junho de 2010

Viagem pelo inconsciente

Onde será que isso começa...

Pergunteis entre os filhos do mundo
os filhos daqueles
que foram subjugados antes de nascer
os filhos da pobreza emergente

Onde será que isso chegará?

Procurais pelas rodas de ciranda
rodais pelas ruas em festa
passeia pelo espelho
e observa o ritmo do ego
estragando o mundo

Arrumeis malas e faleis a língua dos homens
tirais da cova os amigos verdadeiros
abraças o tempo que corre
contra tudo e todos
numa velocidade racional
imensurável.
  
Procurais pelo desejo inflamável
teu corpo que cede ao pecado
e descobres quantos e quantos
foram deixados para trás em busca
de aventuras suicida pelos corações
alheio.

Onde será que isso terminará?


(Celso Andrade)

terça-feira, 1 de junho de 2010

A canção da sinceridade


Passeio pelos corpos que arrebentam
pelos rostos que não mais vereis
passo por casas fechadas
tudo fechado
contemplo fachadas
arranco portões, derrubo muros
arranco vertigem, planto sonhos...
Por mais difícil que se consiga
sinto liberdade

reformo meu ser
preparo-me a ti
improvisando uma canção de felicidade
e contemplo um mundo
em desespero existencial

cantores algazarram
esse momento incessante
pelas vozes caladas
sonhos cerrados, até quando...

esperemos sentido e sanidade
contemplamos a loucura dos dias
e horas deixadas para trás,
tudo muda
tudo transforma-se em uma sentença divina

fortificamos amor e matemos alforrias
descubramos com pequenos gestos vagos
entres os corpos que se perdem
a contemplação da eterna música
que toca numa cadência incessante.


(Celso Andrade)