Tenho um sonho
Tenho um amor exilado
Se um dia não for nada disso
Rico ou pobre, fraco ou forte
Eu serei só um
A catar as rosas do chão.
Pedirei sabedoria aos de fino porte.
A dormida na beira da estrada.
E assim entre o amor e o livro
Entre o beijo e nada
Pedirei sossego
Quando amor não mais restar
Pedirei água.
E se eu descobri que tudo isso é hoje
Reinvento-me sem medo
Do sonho que mantém presa a minha liberdade.
Mais um dia partirei para sentir remorso do mundo
Para ver do chão brotar ouro e saudade.
(Celso Andrade)