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terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Vertigem, viagem, voragem


Da primeira vez que fui embora,
fiquei com aquele gosto podre na garganta durante meses.

Hoje vivo entrando e saindo de lugares,
e nenhum gosto tão conhecido como o da primeira vez.

Será que perdi o paladar?
Ou a vontade de ficar sem ter que partir um dia?

Sei que não fico, e não lembro por muito tempo onde andei.

Mas, cada olhar deixa alguma coisa que exatamente não sei.

Hoje não coleciono nada,. apenas deixo marcas,
meu nome é voragem.


Celso Andrade


segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012


Era só esperar o momento certo para então se equilibrar
A alma meio altiva, meio terra
Segurar firme e virar ao avesso.
Quieta como árvore, apressa os passos
Oferece o corpo ao vento e pula
De andar em andar despenca da vida como folha
E então leve, sobe vagamente como sombra.
Parte sem rumo ao desconhecido.


Celso Andrade

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Aos apegados


Nesse exato momento onde cruzam a avenida liberdade, eu diria pra qualquer indivíduo que me perguntasse as horas: Onde se compra colo e cuidado? Porquê a os que se debatem dias e dias numa ausência voraz. E por isso escrevo para cantar as pessoas, os indivíduos, não os amores, por que eles são tecidos da subjetividade.


Celso Andrade