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sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Prayers for me



E incontáveis vezes eu tentei te escrever como era difícil o frio da Europa, e por sorte reencontro seu novo  endereço, nove meses e você nem imagina como foi me perder do Brasil, a princípio me identifiquei com as ruas, sim, são iluminadas por uma espécie de compaixão divina, porque como você sabe isso aqui já foi palco de tantas guerras, mas você não imagina a falta que escrever pra algum lugar do mundo que fosse distante me fizesse retroceder, quando fui duramente afrontado pelo espírito da derrota, e meus olhos que se perdiam entre os carros com impulso e vontade de pular na frente de um deles para então não sobrar  endereço nem passado. Juro que tentei te ligar para então você me dizer alguma coisa que eu pudesse acreditar outra vez, para contar alguma coisa que me fizesse ter fé em alguma coisa além de mim, e do gosto podre de desilusão em tudo. Eu queria que você soubesse da vontade de gritar e abrir os braços para então chorar e mandar embora a raiva e o repúdio preso na garganta, eu queria que você soubesse que nenhuma carta chegou na casa da minha mãe porque, me ausentei do brasil, da minha rua e casa. Se ela me  imaginasse andando por parques e praças para chorar a dor e saudade de alguma coisa que eu nem sabia o nome mas tinha corpo e alma de solidão. Saiba que te escrevo só para saber que ainda estamos salvos do mundo.

Te mando bons ventos da Polônia


Celso Andrade