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segunda-feira, 20 de abril de 2015

Já não há anseios tão devassadores.
Nem gulas frenéticas ou noites insones.

As noites tem sido mansas pois chuvosas.

Embora os pensamentos estivessem em
outras camas ou outros restaurantes,
jantando, na esperança de parar em
outros bairros, comendo em outros pratos.

Eu já deixo de existir, quando deixo que as lembranças
gritem pelo corredor, que o teu sorriso
morda a maçaneta da porta, e os sonhos atravesses
minhas duras e cinzentas paredes.

Que as tuas canções favoritas soem como mantra
no som do vizinho que não dorme.

Pois hoje posso afirmar que os meus domingos são azuis.
Não há muita coisa além de sono, a música do vizinho
e algumas idas a cozinha.


Celso Andrade