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quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Esvaziamento afetivo

De que serviram aqueles beijos?
Devolve um por um,
Desfaz todos os ensaios
feitos da sua língua na minha boca
agora cospe toda minha saliva
nesses dias que ficamos juntos,
agora pega suas coisas
e seus mesquinhos sentimentos
e some, de vez!
não olha pra trás.
não fica, não marca,
a única coisa que sobrou...
foi esse espaço vazio que nos separam,
essas vidas díspares.

Celso Andrade.

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Pequeno poço


Sinto apenas uma vontade de aquietar-me o espírito, de encostar-se ao canto e não pensar em nada, se almenos conseguisse..., sinto meu corpo fora do chão, o coração aflito palpitando, feito criança esperando o castigo que não vem, nunca virá , descobri que a vida não é apagável, que a morte de uma esperança faz nascer uma mais violenta, mais voraz, mais madura, e acabamos ficando presos a espera do que virá, ainda na escuridão do poço de mim mesmo eu consiga dizer algo bom e belo, e que meus ouvidos nunca sejam tapados para a música que ainda longe, eu consiga ouvir seus ínfimos versos, versos que permita-me amar mais, ver melhor as coisas e as pessoas.

Celso Andrade.

sexta-feira, 4 de setembro de 2009



Diante da possibilidade da exposição, do mal que nos querem fazer,eu viajo ao mais eu profundo e misterioso, cheio de cargas pesadas, escuras de tanta fobia escondida nisso que chamamos carga emocional, desse meu eu também escondido para não mostrar fragilidade nem covardia diante de coisas, talvez que imaginamos saber, sem ao menos ter certeza somos postos a enfrentar algo que talvez esteja em nós mesmos, sem que ninguém saiba do que se trata, lutamos contra tudo e todos dentro de nós, dos medos aparentemente fúteis, das eventuais falta de esperança, do medo da solidão, de fraquejar perante o que chamamos inimigos da alma, como tudo na vida passa, e essas provas que nos são impostas ficamos atônitos e aflitos, somos invadidos por um sentimento terrível chamado solidão, ela tem me acompanhado durante um certo tempo, limitando e podando tudo dentro e fora disso que chamamos ser humano passível de todas as experiências boas e ruins, o bom disso tudo é que todas as coisas estão debaixo do tempo, até os sentimentos mais depravantes são limitados por ele, que cura, acalma e conforta nossos temores diante da vida.

Celso Andrade.