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domingo, 16 de agosto de 2009

"Pedaços" disso que chamamos eu...



Nunca soube que parte de mim ficou no caminho,
por vezes o medo
me impedia de viajar ao passado
como uma porta sem chave,

Volto a minha infância e suspeito:
meus amigos colecionavam namoradas
eu colecionava poesia,
fui a minha adolescência...
também suspeitei,
meus amigos praticavam sexo,
eu fazia amor,

Por vezes até achei que tinha perdido
a mente para os amores que não em fora cedidos,
senti também que tinha perdido as mãos
para aqueles beijos que me eram dados sem amor,

Sem falar das minhas pernas
quase nunca as sentiam..,
iam sempre para lugares onde a afetividade não tinha vez,


Ah os meus olhos...
talvez sempre foram os únicos que confortavam,
sempre haviam lágrimas para me consolar,

Chego aos meus quinze anos,
e uma semana depois
descubro que perdi metade do meu coração
com a morte do meu pai,
e como ainda não conhecia a paixão
por que parte de mim era dele e a outra da minha mãe.

Volto mais uma vez aos dramas infantis
e descubro que perdi também o medo,
para os preconceitos que sofri,
porque parte de mim é coragem...
e outra também...


Celso Andrade.



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