Páginas

segunda-feira, 22 de abril de 2013

Luci vive

Eram grandes seus olhos, sua boca era faminta por menos humanidade, sua loucura devorava os dias como se fossem dedos sem unhas, e ela dançava em volta dele num ritmo de oração a catar das ruas flores já esquecidas. Eu passei minha vida a observar o que ela procurava no ponto acima da sua cabeça, talvez era falta de movimento, ou quem sabe era a melhor maneira de se manter gente. Ela não tocava no ponto, não sei se era medo do depois ou era só uma forma de agradecer a lucidez que permanecia depois dos encontros consigo mesma.


Celso Andrade