Páginas

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Edificações afetivas



Que queres de minha casa de tijolos?
cimento ciumento de tanta espera:
endurecido.
Que queres de minhas retas paredes
prumo?
és infiel de tanto ajeitares casas alheias:
torto.
Desiluda-se trator,
nunca carregarás meus escombros:
o muro com que fui levantado
nunca descansarás em teu ombro.
Vai a outro terreno engenheiro
que a casa que não construístes
não está a ermo,
ainda resiste a queda:
pois amor possuístes.

Celso Andrade.

Nenhum comentário: