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quarta-feira, 20 de janeiro de 2010


Partiram as horas, as pessoas, a vida,
não sei mais escrever, só vem na mente
o medingo que pedia-me esmola
os feios que frequentam salões de beleza
e clínicas de estética, as academias cheias
de gente que nunca abriu um livro.

Foram-se a simplicidade com os programas
fúteis de TV, e só vem na mente as brigas
de trânsito, escolas vazias e aumentos
de salários para políticos, e me pergunto se
ainda existe isso que chamamos afetividade,
amor ao próximo?

Hoje eu quero escrever aos mal amados,
mal vividos e incompreendidos, são para
esses que hoje dedico o meu dia a minha hora
suada de trabalho literário para te dizer que
ter ou não ter não tem diferença quando se torna
uma pessoa "igual a todas as outras".

Celso Andrade

3 comentários:

Unknown disse...

Acho que o fechamento não poderia ser melhor. Em duas linhas pode-se dizer mil coisas com uma moral nota mil.

"ter ou não ter não tem diferença quando se torna uma pessoa igual a todas as outras"

Vanessa Souza disse...

E os incompreendidos te leem :)

Ayanne Christine Vieira disse...

"ter ou não ter não tem diferença quando se torna uma pessoa 'igual a todas as outras'"

Isso é duro, cruel e real. Contudo, sempre tem alguém, algum lugar, algum momento que o fará ver que é especial. Não para ao mundo todo...mas ali, naquele instante. E , quando se acha que é especial... é especial, vira a nossa "realidade.

Outra coisa, há tantas maneiras de se tornar incompreendido, deslocado e diferente...

Bonito o poema, Celso.
=D