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quarta-feira, 24 de março de 2010

Solidão Humana

Por mais que que precise das pessoas
e a ausência doa,
hoje quero ficar no meu canto
sozinho, sentindo a respiração

Agarro a quietude e me encolho
no canto, na varanda, no quarto
solitário
onde lápis e papel é pão e água

ligo o som baixinho e arrepio-me
aos glissandos de Elza, faço um poema
pra "solidão urbana" onde não me encaixo
no mundo, perdido no quarto
brincando com palavras.

Surpreendo-me com a rapidez que
as pessoas passam do amor a raiva,
amizade a inimigo luxo a lixo

juízes do tempo e dos afetos alheios
palavras jogadas na cara, na alma
matando esperança e sufocando sonhos
com medo e desespero.

Passo o olho ao redor e percebo que
se tem passado bastante tempo
ponho reticencias no poema e dou uma
olhada na janela

Barulho de gente,
Inquietude nos lares

Onde Picasso viu beleza pra pintar o mundo...

Onde Drummond achou inspiração quando falou de amor...

Onde havia esperança em Auschwitz no dia do holocausto?

Bobagem meu caro,
termina teu poema que não há explicação
para os devaneios da mente humana.


Celso Andrade

5 comentários:

Anônimo disse...

Realmente é difícil perceber o que há de belo no meio de tanta coisa ruim. Mas existem coisas bonitas, existe poesia, existe a arte. E que bom!

Beijo.

Naty Araújo disse...

Estamos cercados de pessoas... mas, às vezes, nos sentimos totalmente sozinhos.
Estamos cercados de pessoas, mas, às vezes, queremos ficar sozinhos... com nossos pensamentos.

Não há explicações para a mente humana, não há mesmo.
Vai entender...

Beijos

JoeFather disse...

Muito belo amigo! Profundo e inspirador!

Creio que todos temos momentos em que o silêncio é o nosso melhor companheiro!

Mas como bem citado pelo amigo, como explicar o inexplicável?

Parabéns pela inspiração!

Abraços renovados!

Terráqueo disse...

Maravilhoso, é possível perceber vários sentimentos. Feliz de você que nesse momento quer o silêncio do seu canto. Eu ainda estou me recuperando do silêncio forçado. Sinto-me tão só que prefiro o barulho de uma discoteca decadente e esfumaçada.

Jeferson Cardoso disse...

Olá! Sou Jefhcardoso e sigo o “Quando era pequeno acreditava que podia voar, cresci descobri a música!”, que é do músico poeta Mateus Araujo. Ali encontrei o seu contato no quadro de seguidores e achei que seria uma oportunidade de divulgar o meu http://jefhcardoso.blogspot.com onde publico os meus poemas, crônicas e contos.
Espero não estar incomodando com este convite de divulgação, se acaso desagradar queria desconsiderar, porém, se acaso interessar faça-me uma visita e terei prazer em retribuir.

Abraço: Jefhcardoso.