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quinta-feira, 25 de novembro de 2010

A - mar


E como numa caminhada fúnebre marchou rumo ao mar, a grande imensidão na sua frente, ajoelhou, falou umas três palavras, depois pôs-se a chorar, lembrou dos que ficariam, dos que sentiriam sua falta, pensou seriamente em todos, e não havia como voltar, era a sua prece altiva demais para ser negada, era a sua imensidão solitária maior que qualquer esperança ou sonho, entoou uns versos quase mudos, agora que se aproximara de Deus, resolveu voltar como quem nunca esteve aqui ou lá de onde veio, seguiu e olhou para trás algumas vezes para não esquecer o caminho.


( Celso Andrade)

2 comentários:

deh. disse...

Nossa, muito profundo esse texto. Lembrei de um filme chamado "Os Descendentes". É um filme bem bobo, na verdade, a não ser pela fotografia belíssima. Mas cena final seria muito bem explicada se fosse narrada com essas palavras.

Abraço forte (:

Geisla Abreu disse...

Sem palavras para descrever este texto. rs
Talvez porque ele decifre bem o momento em que eu me encontro, e eu nunca fui muito boa pra me alto descrever e descrever o que eu sinto. rs@
Assim como esse encontrei textos incriveis neste blog. E ainda tem meu orgulho né que o dono do blog é soteropolitano como eu, rs Parabeens Seguindo.
(:
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http://adolescenteemparafusos.blogspot.com/