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quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

A isso, chamamos pequenas-esperanças


Os pequenos detalhes é que vão nos matando aos poucos, os jestos bonitos, os lugares frequentados evito para não me ferir mais do que posso suportar, o cotidiano torna-se nosso inimigo, o telefone é uma arma apontada sobre nossa cabeça, ouvir o nome é como ser jogado abismo abaixo sem aparo na descida, mais o sono é aliado como qualquer forma de abandono ou lembrança ruim. Sei que todas as manhãs esqueço nem que imperceptível aos olhos cada jesto, parte ou algo que me remeta a você. Dias e diasvivo e ninguém percebe que te mato aos poucos, mato o amor, a lembraça boa, as dores, seus gostos, a maneira de sentar ou dormir, as canções, viagens, dentre todas elas o sexo que de forma ou outra vai sendo substituído por outros corpos, bocas, sorrisos trocado. Mãos postas a nos levantar a cada hora, minuto e segundo que você vai sendo apagado de vez de mim do que fomos e por isso continuamos a gostar de tudo que tem vida.


(Celso Andrade)

2 comentários:

Unknown disse...

Quão profundo! Negar um amor os dias mas dificeis da vida,
Seu texto é tão intenso, que me recordei de tanta coisas, que com profunda tristeza relutei em deletar. Mas a vida segue...
Um grande beeeijo

Janaina Cruz disse...

Não há dor que sempre dure, nada como dormir e renovar-se no dia seguinte, é como morrermos de mentirinha, mas acordássemos ressuscitado...

Abraços e ótimo fim de semana.