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quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Íntimo domesticado


As vezes é preciso morrer por dentro
para deixar que o corpo exerce sua função,
sem o comprometer com dores diárias,
partidas inesperadas, paixões fracassadas,
para que as tarefas diárias sejam cumpridas
os deveres feitos e as obrigações em dia,
remexo em mim e onde está a felicidade?
procuro pelos cantos dos músculos,
cadê meu sorriso que ainda ontem estava aqui?

Celso Andrade

2 comentários:

Felicidade Clandestina disse...

a gente tem que morrer de vez em quando sim.

eu moro às vezes.

mais quando retorno, sinto em mim um sentimento de vivacidade, então acordo e vivo cada coisa com intensidade.


mesmo que depois venham os (des)amores e os (des)encontros da vida.

mais o que seria dela (da nossa vida) se não tivesse esses altos e baixos para nos fortalecer depois de cada morte-vivência dessa.


ops, viajei e falei besteira demais.


beijos,
saudades!

Yuri Raskin Pospichil disse...

Belas linhas!!
Belas e tristes.

Mas não, triste não é a palavra, são linhas melancólicas, desiludidas talvez.

Mas ainda sim belas!

"cadê meu sorriso que ainda ontem estava aqui?"

Eu me fazia essa pergunta até pouco tempo, talvez ainda a faça, mas reencontrei parte do meu, um sorriso de cantinho de boca, mas ainda sim um motivo para buscar novamente o ato de expressar minha felicidade.

"O que me faz feliz?"

Foi essa a pergunta que me fiz, e me surpreendi com as respostas que o mundo me deu, procurei tanto por paixões de cinema, dramas literários e amores perfeitos que acabei esquecendo que o simples fato de olhar o sol poderia me fazer sentir um pouco mais completo e contente comigo mesmo!

Parabéns Celso, tens um talento incrível!