O seco,
é a falta,
do que falar.
É o amor surdo.
É o sonho atrasado.
O seco iluminando
manhãs e as tardes
das gente.
E o ríspido fazendo-se família
porque o seco vem dos indivíduos.
Na minha casa,
na minha rua
já nasceram na falta.
Nasceram num silêncio feroz.
Quem nasce nesse tempo não tem escolha,
é tudo figurativo.
A escola é o nada
O boteco é a igreja
Deus é a aparência
O amor é a alma vendida.
Mais ainda me recuso a ser seco, mesmo sendo o nada.
(Celso Andrade)
5 comentários:
O seco é aquele vazio e sem ninguém nem nada que o complete*
Beijos menino**
o branco, as palavras, o poeta...
tudo lindo, poético e mágico por aqui.
esse teu poema abre para muitas leituras. e é esta a não-função do poema, a de não servir para nada ao mesmo tempo em que propõe muito.
grande abraço!
"Mais ainda me recuso a ser seco, mesmo sendo o nada. "
Gostei! Muito, muito, muito!
essa frase final foi de arrepiar a alma heim.
e vc sempre mutante
adorei a nova cara do blog
beijos
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